- (..) na transmissão, o professor consegue avaliar melhor a aprendizagem nos restantes o seu trabalho é um pouco dificultado por ser mais subje(c)tivo. Ou estarei errada?
E acrescentou noutro post:
- O seu post é de agradável leitura e como música para os meus ouvidos. Concordo com as perspectivas (industrial e doméstica) (..)
Na aplicação deste modelo surge-me uma dúvida que se prende à avaliação, não do mesmo, mas da avaliação do aluno, que se pode tornar a meu ver mais subje(c)tiva. No que se refere às avaliações dos alunos, prefiro ter os factos e números todos bem redondinhos e obje(c)tivos à minha frente!!
Realmente a Teresa tem razão em associar a avaliação do Ciclo de Desenvolvimento da Aprendizagem à avaliação dos alunos porque estes processos decorrem em paralelo, convergindo para os mesmos objectivos.
Paulo Abrantes repetia frequentemente uma expressão que nunca mais esqueci:
“Diz-me como avalias, dir-te-ei como ensinas…”
http://www.apm.pt/files/_EM16_pp01_4d6d02fe99052.pdf
Realmente quando nós aplicamos testes aos alunos, atribuímos a cada pergunta uma cotação, e fazendo as continhas em função do desempenho em cada questão, a soma acaba por se traduzir num número “redondinho” que é a classificação dos alunos, e dizemos que isso é “avaliação objectiva”. O teste até podia ter mais um Grupo, e obviamente as cotações seriam outras, que a nova classificação também seria “objectiva”. Se uma segunda fizer o mesmo teste obterá classificações ligeiramente mais altas. Se experimentarmos ver os testes 15 dias depois, as classificações serão diferentes ;) etc.
Não vou bater mais nesta tecla, mas a dicotomia objectividade/subjectividade é demasiado redutora e também não se aplica a este mundo complexo e multicolor. A melhor forma de lidar com a subjectividade inerente às relações humanas e processos sociais é integrá-la conscientemente nas nossas decisões. É por isso que não digo “tiveste 14” mas “dei-te 14” (pensando nas notas no final dos períodos, é claro!). A expressão “tiveste” significa que o professor (pensa que) tem um termómetro com o qual consegue “medir” exactamente o desempenho de cada aluno. Para o termómetro funcionar bem ensinamos o mesmo a todos e fazem-se testes. Pelo que já disse a perspectiva industrial de transformação da matéria-prima (aluno no início do ano) em produto acabado (aluno no final do ano) adequa-se perfeitamente à aprendizagem formal e ao domínio da transmissão na perspectiva de Siemens.
Eu assumo que “dou” as classificações porque não sou escravo das médias calculadas no Excel. É evidente que também tenho que medir o desempenho, mas depois há outros factores a considerar, como o empenhamento nas tarefas, a participação nas aulas, as atitudes… Realmente poderei incluir aqui todas as preocupações manifestas nos restantes domínios de Siemens, considerados aprendizagem informal (Figura 2):
- Acreção – O aluno responsabiliza-se pela actualização do seu conhecimento?
- Aquisição – O aluno tem motivação para explorar os recursos disponibilizados?
- Emergência – O aluno tem práticas reflexivas?
Mais uma vez, estas questões não são para nós uma novidade absoluta. Designadamente pensamos muito nelas quando “damos” a classificação do 3º período, mas a consideração dos domínios de aprendizagem de Siemens ajuda-nos a arrumar ideias que andavam dispersas.
Siemens também reforça a perspectiva doméstica com mais argumentos para os professores decidirem que avaliação atribuir, tendo em consideração o desenvolvimento dos estudantes.
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