Behaviorismo, cognitivismo e construtivismo são as três grandes teorias da aprendizagem mais frequentemente usadas na criação de ambientes de instrução. Essas teorias, no entanto, foram desenvolvidas numa época em que a aprendizagem não tinha sofrido qualquer impacto da tecnologia. Nos últimos 20 anos, a tecnologia reorganizou o modo como vivemos, como comunicamos, e como aprendemos. Necessidades de aprendizagem e teorias que descrevem os princípios e processos de aprendizagem devem ser reflexivas neste ambiente social. (Siemens) O que “fazemos” retrata o que “sabemos” fazer, não havendo lugar para o conhecimento independente das tarefas, mas precisamos tirar partido das capacidades cognitivas para aprender na rede em andamento.
Os estudantes até há cerca de quarenta anos completavam a escolaridade requerida e iniciavam uma carreira que muitas vezes durava a sua vida. O desenvolvimento das informações era lento. A vida do conhecimento foi medida em décadas. Hoje, esses princípios fundamentais foram alterados. O conhecimento está crescendo exponencialmente. Em muitos campos da vida o conhecimento é agora medido em meses e anos. (Siemens)
Um dos factores mais persuasivos é a redução do ciclo-de-vida do conhecimento. A "meia-vida do conhecimento" é o intervalo de tempo a partir de quando se ganha o conhecimento até quando este se torna obsoleto. Metade do que é conhecido hoje não era conhecido há 10 anos atrás. A quantidade de conhecimento no mundo dobrou nos últimos 10 anos e está dobrando a cada 18 meses, de acordo com a Sociedade Americana de Treinamento e Documentação (ASTD). Para combater a redução da “meia-vida do conhecimento”, as organizações têm sido forçadas a desenvolver implantação de novos métodos de instrução. (Siemens).
(...) o conhecimento do “quê” está a ser suplantado pelo conhecimento do saber “onde”, e a natureza do conhecimento está a transformar as experiências e as interacções entre as pessoas, valorizando a sua conexão em rede.
As sociedades têm sempre sido redesenhadas mais pelas características dos meios de comunicação utilizados pelos homens que pelo conteúdo da comunicação. (Marshall Mcluan)
Todos os media são extensões de algumas faculdades humanas, mentais ou físicas. A roda é uma extensão dos pés. O livro é uma extensão dos olhos. A roupa é uma extensão da pele. Os sinais eléctricos são uma extensão do sistema neuronal-central. A forma como são transmitidos estes sinais afecta a forma como nós pensamos, e quando muda o modo de transmissão a sociedade também muda. (Marshall Mcluan)
Os novos media alteraram radicalmente a sociedade e tornaram obsoletas também as teorias de aprendizagem.
O Behaviorismo muitas vezes limita-se às relações entre estímulo e resposta.
O Cognitivismo observa o ser humano como um computador a processar informação.
O Construtivismo sugere que os alunos criam o conhecimento, bem como as tentativas para compreender as suas experiências.
Neste cenário negro, quando Siemens precisa de indicar uma teoria alternativa, aponta a rede, recorrendo à experiência comum:
A experiência tem sido considerada o melhor professor do conhecimento. Já que não podemos experimentar tudo, outras experiências de pessoas e, portanto, outras pessoas, tornam-se substituto para o conhecimento. Eu guardo meu conhecimento nos meus amigos, é um axioma para juntar conhecimento através das pessoas (sem data).
O ponto mais forte da concepção de Siemens deriva da sua “fezada” na rede, correspondente ao tipo ideal do indivíduo na sociedade actual, emergindo o Conectivismo como o modelo mais adequado à sociedade da informação.
De resto Siemens advoga uma aprendizagem centrada no aluno, considerado ser adulto, auto-motivado, activo, responsável pela sua própria aprendizagem, com controlo sobre os resultados. Esta concepção de aprendizagem conduz a oferecer ao aluno a capacidade de decidir o que ele sente que é importante e relevante. A aprendizagem independente exige que as pessoas assumam a responsabilidade da sua própria aprendizagem. A responsabilidade individual resulta da convicção de que a aprendizagem exige esforço, e essa crença é o factor crítico que conduz à perseverança dos indivíduos perante os obstáculos, que são mais facilmente superáveis se estivermos conectados em rede, porque o que nós sabemos é menos importante do que a capacidade para aprender.
What we know is less important than our capacity to continue to learn more. The connections we make (between individual specialized communities/bodies of knowledge) ensure that we remain current. These connections determine knowledge flow and continual learning (...) To remain relevant, education needs to align with the needs of learners and the changing climate of work. Courses are not effective when the field of knowledge they represent is changing rapidly. We need to respond to these changes in a way that meets learner's needs and that reflects the reality of knowledge required in the work force. (Siemens)
Aceitando que existe alguma aprendizagem que passa pela aquisição de conhecimento, Siemens sustenta que a aprendizagem é, sobretudo e mais frequentemente, um processo com vários estádios e diferentes componentes. Existem muitas actividades preparatórias ainda antes de nos envolvermos na aprendizagem, como sejam a exploração, a tomada de decisões, a selecção, etc (http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo)
Referências:
http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm
http://orfeu.org/weblearning20/
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