quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Free OCR

Funciona em português, mas continua a falhar nos caracteres portugueses como o ç e as letras acentuadas.

http://www.free-ocr.com/

sábado, 7 de julho de 2012

Quem visitou a nossa página no Facebook?

Conhecer os visitantes recentes do Facebook é a promessa de muitas páginas espalhadas por essa Internet fora, mas se seguirmos as suas instruções corremos o risco de apanhar uma virose, e ficamos sem saber o que desejávamos.

A resposta politicamente correcta à questão, é que não é possível conhecermos quem visita a nossa página, para garantir a “privacidade” dos visitantes.

Pensando na política comercial do Facebook, responder à pergunta inicial fica mais simples do que parecia. Quando entramos no perfil do Facebook, ou visitamos sites com o login do Facebook, podemos reparar que entre as centenas ou milhares de “amigos” que temos, a aplicação que os mostra “aleatoriamente”, os selecciona entre escassas dezenas! A maior parte deles, nunca os vemos! Aqueles com que interagimos frequentemente, aparecem muitas vezes, porque o Facebook sabe que estamos interessados neles.

De uma forma genérica vemos mais frequentemente aqueles com que interagimos mais. Muitos factores são tomados em consideração pelo algoritmo: além das interacções (mensagens privadas, mensagens no mural, comentários, likes, aplicações), como a relevância da quantidade de produtos e news semelhantes subscritas, a quantidade de amigos mútuos, o número de vezes que são identificados em fotografias de amigos comuns, as páginas de que gostam, os grupos a que pertencem, a correspondência das suas características biográficas, como a cidade em vivem, a cidade em que nasceram, os empregadores ou a educação. A pontuação evolui e vai ficando mais precisa com o tempo.

No caso de utilizadores onde estas pontuações já adquiriram estabilidade, é possível detectar e até perceber as razões porque alguns amigos às vezes sobem no ranking aparecendo na aplicação do Facebook. Uns interagiram connosco, outros foram mais envergonhados e ficaram apenas a cuscar.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Grelha de Análise do Recurso Educativo Online PORDATA

Este recurso educativo cobre todas as áreas do quotidiano para as quais existem estatísticas produzidas pelas fontes oficiais desde 1960 à actualidade. Já colaboram com o PORDATA mais de 50 organismos da administração pública, o que evidencia o seu interesse. Assim, além da Economia e da Sociologia, provavelmente todas as áreas disciplinares encontrarão aqui indicadores com interesse para os seus temas.

No caso do ensino, poder dispor do acesso a toda a informação num só site é particularmente vantajoso porque quando a informação se encontra dispersa não é tão simples de aceder. Além disso, a habituação/aprendizagem de um determinado interface numa tarefa, facilita a sua utilização em tarefas futuras. É evidente que o site não evita a utilização imprópria das estatísticas – problema referido no Guia referenciado -, mas possui muitas funcionalidades que facilitam a interpretação das mesmas.

Pedia-se neste trabalho a adaptação de grelhas (modelo) existentes à avaliação deste recurso, certamente no pressuposto da justificação industrial que a cada recurso é possível adaptar uma grelha óptima, pois esta equaciona o produto escolar independentemente do aluno, apenas em função dos ditos objectivos pedagógicos. Ora num site como estes, bastará pensar na idade dos estudantes para admitir que toda a avaliação do recurso deveria variar com a mesma, pois as estratégias que se podem utilizar com alunos de 17 anos (a fazer o 12º ano) serão muito distintas de uma breve visita com alunos mais jovens cujos olhares se irão fixar nos contadores, mas que também revelarão interesse em explorar os gráficos dinâmicos. Isto é, em vez de apresentar uma grelha única, creio que a avaliação do recurso seria mais precisa se pudesse apresentar várias grelhas para dois ou três níveis etários, porque poderia aproximar-me mais das expectativas dos estudantes (justificação doméstica), mas como fui desleixado no prazo de entrega do trabalho, fica assim mesmo.

Grelha de Avaliação do PORDATA

Bibliografia

Evaluating, Selecting and Acquiring Learning Resources: A Guide
http://www.bcerac.ca/docs/ERAC_WB.pdf

Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software na Educação e Formação, Guião de Apoio à Avaliação de Produtos Multimédia
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1220024785_13_SACAUSEF_III_115a124.pdf

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Análise e Avaliação de Recursos Educativos online

Permito-me apresentar uma perspectiva própria sobre a avaliação de recursos educativos, relativamente mais elaborada que o solicitado na tarefa, visto que resulta da integração dos materiais disponibilizados em ARE, com ideias que transporto de um mestrado anterior, à semelhança de um trabalho sobre percursos de aprendizagem mediados por blogues que fiz para a UC de Aprendizagem e Tecnologias.

Um aspecto que considero fundamental referir, é que tão importante quanto os recursos é a concepção que os professores têm da educação. O que separa José Luís Ramos de Fernando Albuquerque Costa não são dúvidas menores sobre os critérios de avaliação dos recursos educativos digitais, mas o próprio conceito de RED’s, que deriva de diferentes concepções da educação.

O professor José Luís Ramos representa um conjunto de pessoas para quem as crianças são vistas apenas como os trabalhadores de amanhã, que deverão receber um treino em determinadas tarefas escolares padronizadas, que constituem meros problemas técnicos, nos quais deverão ser treinadas, utilizando materiais padronizados e preferencialmente certificados. Desta perspectiva decorre uma multiplicidade de critérios de avaliação dos Recursos Educativos Digitais tendo em vista a cereja em cima do bolo (o selo de certificação). Para promover a utilização destes recursos propôs a criação de um repositório de RED’s, que todos conhecemos através do Portal das Escolas (Recursos). Designo esta lógica por justificação industrial, termo que deriva da analogia com a fabricação industrial, também sujeita a rigorosos critérios de controlo da qualidade.

O professor Fernando Albuquerque Costa expressou o seu horror a manuais, e não vê qualquer motivo para a certificação de software, visto que compete à escola promover a integração das crianças no meio, desenvolvendo relações de proximidade e de confiança com os alunos. Na sua perspectiva, o melhor software é exactamente aquele em cuja construção os alunos se envolvem e como se interessa pelo desenvolvimento global das crianças, propõe como critérios de avaliação dos recursos educativos a sua eficácia ou a sua capacidade para ensinarem os alunos a pensar. Naturalmente que os recursos podem ser eficazes para os alunos transitarem de ano, mas isso não significa que preencham os requisitos de qualidade técnica exigidos ao nível da certificação. Muitos professores reconhecerão que é muito mais estimulante utilizar materiais próprios do que andar a reboque de produtos normalizados. Fernando Albuquerque chega a criticar os repositórios de recursos, alegando que estes “privam os alunos da oportunidade de criarem os materiais”. Designei por justificação doméstica esta perspectiva, que tira partido dos problemas concretos que se colocam aos alunos na comunidade onde se inserem, promovendo a sua motivação pelos conteúdos.

Feita esta introdução, não me resta a mínima dúvida que esta tarefa me foi colocada, exactamente para que desenvolvesse a justificação industrial, e será exactamente o que farei seguidamente.

O conceito de Recursos Educativos Digitais (RED’s) apresentado por José Luís Ramos é:
  • Um artefacto armazenado e acessível em suporte lógico que contenha intrinsecamente uma finalidade educativa, tenha uma identidade e autonomia relativamente a outros objectos, e satisfaça padrões de qualidade definidos pela comunidade educativa, (Ramos, JL, et al) (06:05)


Ramos considera que criar recursos com qualidade é um desafio estimulante e a avaliação de recursos é um ponto de partida para a inovação educativa, mas não explica porque é que tão escassos professores produzem RED’s, quando na sua opinião as competências pedagógicas e o conhecimento dos alunos são suficientes para os produzir com qualidade. Pelo exemplo que deu do www.weebly.com para a construção de sites parece acreditar que um dia o software será tão simples de utilizar que todos os professores aprenderão intuitivamente, mas deveria reconhecer que o software tem realmente muito pouco de intuitivo, e por isso é que precisa que lhe configurem a ligação à Internet no portátil. Além disso aqueles professores que utilizaram o www.weebly.com eram jovens “que até tinham alunos” – fazendo todos os esforços para iniciar a sua carreira – naturalmente mais motivados que aqueles que se encontram à espera da reforma ou a meio do itinerário profissional.

Outro factor que obstaculiza o desenvolvimento dos RED’s é o desinvestimento que actualmente se está a verificar nas escolas, e que leva a que frequentemente a Internet nas salas de aula não tenha sinal suficiente para uma utilização confortável.

A “aposta” na produção e distribuição de recursos digitais tem como questão prévia a generalização do acesso à Internet e a criação de condições de aquisição e utilização deste tipo de recursos. Sem uma aposta clara nestas condições dificilmente se poderá investir no âmbito da produção de recursos em suporte digital.

Certamente que do ponto de vista de Fernando Albuquerque os recursos gastos na aquisição de RED’s seriam melhor empregues se as escolas vissem reforçado o seu acesso à Internet em termos uma ligação com maior capacidade.

A imagem que os professores têm dos recursos educativos será certamente de algo com conteúdos muito próximos dos indicados nos programas escolares. Por essa razão alguém referiu na fase final de um webinar de Ramos que os professores sentem “além da escassez de recursos, muita dificuldade em enquadrar os conteúdos nos níveis disciplinares” (45:00). Isso sucede porque muitos dos conteúdos disponíveis não foram desenhados especificamente para o ensino aprendizagem, mas existem no mundo natural, social e humano, sendo susceptíveis de serem reutilizados na educação formal, adiantou Ramos noutra apresentação. Certamente por razões comerciais as editoras têm opinião oposta, considerando que “já há muita gente a fazer RED’s e bons”.

Apesar te ter referido que todos os professores têm competências para a construção de RED’s, Ramos assume a justificação industrial da educação quando admite que estes se dispersarão por diversos níveis de proficiência (06:00):

Nível mecânico - utilizadores básicos que só dominam a arte do copy /paste;

Nível criativo – utilizadores medianos, capazes de criar imagens, vídeos, sons, texto original e recombinar os diversos elementos; e

Nível de design – destinado aos produtores industriais de software educativo.

Um dos efeitos da certificação será a exclusão de projectos de software educativo concebidos por professores, com insuficientes conhecimentos de webdesign. Por exemplo, o blogue de Economia onde acumulo materiais desde 2007 nunca teria lugar no Portal das Escolas, que se encontra vazio nesta disciplina.

Como disse Ramos “a qualidade não é abstracta”, importando saber de que critérios e padrões depende. “Um factor que condiciona a qualidade é a pessoa não ter a ideia do que é a sala de aula” (10:00) e eu acrescentaria ainda não conhecer a turma, para defender que quem se encontra melhor posicionado para construir o software educativo são os professores.

Outros factores que limitam a qualidade dos produtos são “o escasso conhecimento científico”, mas eu observaria que os professores são profissionais com elevadas qualificações, e a Internet lhes oferece possibilidade de actualização contínua.

Ramos refere também como motivos da falta de qualidade dos produtos, a utilização de tecnologias ultrapassadas e a escassez de recursos financeiros e humanos, razões que do meu ponto de vista justificariam que o trabalho dos professores fosse melhor aproveitado.

Ramos explica ainda que ao nível da produção industrial dos RED’s “nem sempre se tira partido do conhecimento científico disponível para melhorar a qualidade pedagógica dos produtos”.

Quando procura explicar o se deverá fazer para melhorar a qualidade dos produtos, Ramos aposta na certificação dos produtos e na sua publicitação através do Repositório, bem como a publicitação dos padrões de qualidade e discussão pública dos projectos (12:00).

A certificação de um recurso é uma avaliação que utiliza os padrões de qualidade pré-definidos, tendo em vista um produto que não tem defeitos. “Não tem defeitos científicos, não tem defeitos técnicos, não tem defeitos na linguagem, não chama nomes a ninguém. A ausência destes defeitos significa que o produto pode ir para a escola”.

Para desenharem bons recursos, Ramos refere que os professores terão de “saber como as pessoas aprendem” e tentar combinar as seguintes características, difíceis de conjugar:

- inclusão e o acesso dos alunos;

- o envolvimento dos alunos na aprendizagem;

- aprendizagem efectiva e eficaz;

- abordagens inovadoras;

- convergência curricular;

- estímulo e feedback;

- trabalho colaborativo;

- percursos de aprendizagem;

- combinar multimédia;

- registar progresso;

- design: interacção, ajuda, navegação.

O que me parece fundamental para que um site seja um recurso educativo é que os alunos percebam exactamente o que devem “fazer”, e destaco o “fazer” porque é fundamental que os alunos tenham actividades onde clicar. Quanto maior for a componente de interacção, tanto melhor o site resulta, mas integrar elementos interactivos exige mais conhecimentos de informática aos professores e dá-lhes mais trabalho. Por outro lado, se não apresentarem recursos atractivos arriscam-se a ter mais trabalho durante as aulas, motivado por situações de indisciplina.

Assim, do meu ponto de vista, numa primeira fase deveria promover-se o trabalho em recursos digitais dos professores independentemente da sua qualidade. Quando a quantidade fosse suficiente, seria o próprio “mercado” que ditaria a exclusão dos produtos de qualidade inferior, sem necessidade de comprar algum, integrando-se cada professor como mais um elo da rede conectivista.

Fica uma última observação para referir que o Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e Formação (SACAUSEF) foi criado e instalado por iniciativa da DGIDC, Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), Universidade de Évora e Comissão para a Igualdade de Direitos da Mulher (CIDM) (!!). São funções do SACAUSEF a avaliação, certificação e apoio à utilização de software no campo da educação e formação.

Não tive tempo para investigar a parceria com a Universidade de Évora, quando me parece que outras cidades têm maior tradição na investigação em educação, mas o mais surpreendente foi a inclusão da CIDM na certificação dos RED’s. Escreveram que a participação da Comissão para a Igualdade de Direitos da Mulher no SACAUSEF destina-se a assegurar que “a presença, em produtos educativos, de concepções estereotipadas de homem e de mulher serão eliminadas” para evitar a deformação das mentes das criancinhas.

Realmente tenho muita dificuldade em aceitar esta justificação, porque há muitos outros grupos sociais que poderão ser vítimas de representações preconceituosas se os docentes não forem sensatos, e naturalmente a SACAUSEF ficaria tão pesada que nem funcionaria! Ora, se não podemos assegurar esse direito a todos, não é justo que se conceda o privilégio a um grupo especial, neste caso as mulheres. Este privilégio não tem qualquer justificação porque como os quadros de docentes são constituídos em larga maioria por mulheres, são elas que escolhem os recursos educativos a adquirir, e isso é mais que suficiente para eliminarem os produtos inconvenientes ou desconformes. Num texto que refere tão frequentemente os valores da paridade de género, na actual situação de redução das necessidades em termos de docentes, há o perigo de os docentes masculinos começarem a reivindicar essa paridade no emprego ;)

Webgrafia

Fernando Albuquerque Costa
http://www.erte.dgidc.min-edu.pt/index.php?section=383
http://www.crie.min-edu.pt/index.php?section=263
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584598_Cadernos_SACAUSEF_46_53.pdf

José Luís Ramos
http://webinar.dgidc.min-edu.pt/2011/02/23/recursos-educativos-digitais/
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1210161451_06_CadernoII_p_79_87_JLR_VDT_JMC_FMF_VM.pdf
http://www.crie.min-edu.pt/index.php?action=view&id=669&date_id=745&module=calendarmodule§ion=9
http://www.erte.dgidc.min-edu.pt/index.php?section=383

SACAUSEF
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584525_Cadernos_SACAUSEF_16_21.pdf
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584566_Cadernos_SACAUSEF_22_45.pdf